quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O perdão de Deus

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Simon

João Cruzué

Está semana está cheia de notícias ruins, tediosas e irritantes. O Presidente Lula está se tratando de um câncer, provavelmente causado pelo fumo. Carlos Luppi está falando pelos cotovelos. Alguns alunos da USP foram presos defendo o direito de fumar maconha sem serem importunados pela polícia. A Presidente Dilma vai precisar dos dedos das duas mãos, para contar os ministros que foram demitidos por algum problema ligado à corrupção. A polícia do Rio vai empurrar os traficantes da Rocinha para algum outro lugar. Em Guarulhos, mais um caixa eletrônico do Bradesco foi pelos ares. Lá fora, o Irã está construindo uma bomba atômica e teme um ataque aéreo de Israel. Sílvio Berlusconi vai se demitir do cargo de primeiro ministro da Itália. A Grécia pode quebrar a Europa inteira com sua dívida e fazer uma marola que pode dar volta ao mundo. Uma semana inteira ouvindo e ouvindo esta ladainha, cansa. Mas eu não vou fazer nenhum comentário adicional em cima de uma montanha de assuntos comuns se há uma coisa mais útil para escrever pensando em você.

Há pessoas que não conseguem dormir porque estão cheias de culpas e dúvidas. E para elas o que se passa lá fora é de pouca importância diante da situação que estão passando agora. Então quero escrever este texto para elas.


LIDANDO COM AS IMPOSSIBILIDADES

Em Lucas 1:37 está escrito: Deus não há nada impossível. Então eu vou falar de Pedro. Seu nome de "batismo" era Simão; tradução: Taquara. Jesus, em determinado momento, trocou seu nome, de Simão para Cefas, tradução: Rocha. Mas a mudança de taquara para rocha não aconteceu da noite para o dia.

Pedro tinha liderança. Era impetuoso. Agressivo. Autoconfiante. Mas ainda vazio. Continuava uma taquara.

Quando Cristo falou da sua morte, Pedro garantiu que será o único a não deixá-lo. Mas quando o Galo cantou, Pedro já tinha negado o Senhor três vezes. Chateado, humilhado, derrotado, a velha natureza de Pedro nunca esteve tão perto de uma radical mudança. Falta ainda descer mais um degrau, para então subir de vez e se transformar.

Cristo já morrera. E para Pedro o sonho tinha acabado. Mas ele estava enganado. Estava apenas começando.

Então, Pedro decidiu voltar a velha vida de pescador. Depois de três anos, subiu no barco, chamou seus antigos companheiros para voltar ao batente - a dura vida de pescador. E passaram uma noite inteira arrastando as redes no Lago da Galileia. E nada apanharam.

UMA SEGUNDA CHANCE

Até que uma pessoa disse lá da praia: Lance a rede do lado direito do barco. E pela segunda vez na vida do pescador, o milagre aconteceu. A rede quase estourou de tantos peixes.

Só podia ser mão do Senhor. E era.

Era Jesus pronto para fazer da taquara uma rocha, de uma vez por todas.

Pedro, tu me amas? Sim, Senhor, eu amo.

--Então vai fazer o que lhe mandei antes: Apascenta os meus cordeiros.

E pela segunda vez: Pedro, tu me amas? Sim, Senhor, eu te amo.

--Então volta para fazer o que te mandei: Apascenta as minhas ovelhas.

E pela terceira vez: Pedro, tu me amas mesmo? Sim, Senhor. Tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.

--Então, de uma vez por todas, abandona estas redes. E vai, e apascenta as minhas ovelhas.

E Pedro foi. E seguiu fielmente as ordens do Senhor, porque teve certeza, de que fora perdoado.


RECEBENDO O PERDÃO

O interessante é que neste diálogo de Jesus e Pedro, o perdão não foi mencionado sequer uma vez. Mas ao ter intimado a Pedro para assumir seu compromisso com a Igreja, Jesus estava lhe dando muito mais que uma segunda oportunidade: O Perdão.

Receba também, neste momento, o Perdão do Senhor. E torna para o Senhor. E vai em paz fazer aquilo que abandonou pelo meio do caminho. Assim como Pedro.



Nota: não deixe de ler também: Como se reconciliar com Deus




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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A ressurreição de Lázaro e o Salmo 91

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Lazaro
Quadro "A Ressureição de Lázaro"

João Cruzué

A pequena aldeia de Betânia nunca mais foi insignificante depois do milagre que Jesus operou na casa de Lázaro. Se até então a presença do Senhor no cenário politico-religioso de Jerusalém era desdenhada e considerada exótica, assim que Lázaro "acordou" depois de três dias morto, ela se tornou grande demais para ser desconsiderada. Mas, eu não quero meditar no assunto pelo ângulo político. Há coisas muito mais profundas e edificantes neste milagre que uma abordagem política. O milagre não chegou à casa de Lázaro aleatoriamente. Ele veio, ao meu ver, porque a casa de Lázaro estava na condição descrita pelo versículo 14, do Salmo 91.

A Bíblia diz que Jesus era amigo íntimo desta família. Em algum momento que desconheço, o Senhor passou a frequentar aquela casa; imagino que algum de seus discípulos os apresentara, ou mesmo, passando a caminho de Jerusalém, tivesse pousado ali, já por ser muito tarde. E foi por causa desta amizade que Jesus, fugindo de sérias ameaças de morte, voltou para cuidar de Lázaro.

Trazendo este fato para nossos dias, posso ver que vale muito a pena investir tempo para conversar com Jesus. Como você observou, evitei o uso do verbo "orar" e preferi um outro que denota diálogo. De alguma forma sei, que um dos caminhos que nos transportam à presença do Senhor é a oração. Nada novo, pois, era assim que Jesus fazia. Buscar a presença de Jesus. Se obedecermos seus mandamentos, primeira condição, quanto mais tempo passarmos com ele, mas da sua presença estará em nós. E para quê? Para que no dia "D", um dia da grande necessidade, sua voz não soar estranha aos ouvidos de Deus.

Jesus e os discípulos estavam fugindo de Jerusalém, depois daquele confronto com os judeus no Alpendre de Salomão. Confronto que poderia terminar em muitas pedradas e prisões. Iam se afastando, quando um mensageiro chegou e disse que Lázaro estava à beira da morte. Contrariando os conselhos dos discípulos, e esquecendo-se do perigo, deu meia volta por causa do amor que sentia por Lázaro. E por este amor, tudo o mais fora relevado como secundário.

Tenho recebido alguns emails de pessoas contando de situações desesperadoras. Alguns perguntando: E agora, confio no Senhor e espero ou jogo tudo para o alto?

Minha experiência de vida é bem pequena em relação a tantos cristãos, mas eu aprendi a servir ao Senhor tanto com o bolso cheio quanto vazio. Onze anos vazio, para ser exato.

O que eu posso dizer? Bem, a resposta está no Salmo 91, v.14, onde a providência de Deus está condicionada ao nosso amor por Ele.

Com certeza havia muitos "lázaros" moribundos ou mortos em Jerusalém e aldeias circun-vizinhas. Por que o milagre ficou restrito à casa de Lázaro? Há mais de uma resposta. Uma delas, porque era assim a vontade de Deus, mas vou ficar com a seguinte: A casa de Lázaro, inteira, amava Jesus e este amor não brotou apenas nos dias da ressurreição. Ele já havia fincado raízes há mais tempo.

No tempo da grande adversidade, em que o favor de Deus é um requisito imediato, há alguma coisa em nós ou em nossa casa que possa chamar a atenção de Deus em nosso favor - principalmente se formos conhecedores da sua palavra?

Bem, nunca é tarde para começar. E provamos nosso amor pelo Senhor quando procuramos nos achar envolvidos - sempre - com alguma coisa que agrada seu Espírito. E se ainda não sabemos no que nos envolver, é porque temos colocado a sua vontade em segundo ou terceiro planos.

Isso pode levar a um final muito triste. No dia que você estiver mais precisando, também ser deixado em segundo plano. É daí que vêm as desculpas de naufrágio na fé: "Orei, clamei, bati... mas como Deus não me ouviu , é porque não se importa."

A família de Lázaro amava Jesus. Uma das provas disso está registra em três livros do Evangelho. Houve um Jantar também em Betânia. Na casa de Simão, o leproso. Naquela oportunidade ela entrou com um vaso de alabastro nas mãos, e derramou o mais puro nardo nos pés de Jesus, e com os longos cabelos os enxugou. Interessante! Havia tantos discípulos, e só uma pessoa se colocou no centro da vontade de Deus para ungir o corpo de Jesus - ainda em vida.

Ungiu com um espírito voluntário. Sem interesses mesquinhos.

A ressurreição de Lázaro, se não foi o maior, foi um dos maiores milagres operados por Jesus. E ele eferveceu inteiramente a cidade de Jerusalém. Foi a última oportunidade que os Judeus tiveram para se reconciliar com Deus. Mas eles não estavam interessados em reconciliação.

O grande milagre da ressurreição de Lázaro não aconteceu em qualquer casa nem em qualquer família. Deus preparou o tempo, a hora e o lugar para atender um pedido de oração de uma casa que amava e honrava profundamente seu filho - o Senhor Jesus Cristo.

Jesus confrontou a morte para trazer Lázaro de volta à vida, para atender à vontade do Pai. E agora quero terminar este texto, citando os três últimos versículos do Salmo 91, onde a condiçãoda vitória da família de Lázaro está no versículo 14:

"14. Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em um alto retiro, porque conheceu o meu nome.

15. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei.

16. Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação!"