quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O perdão de Deus

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Simon

João Cruzué

Está semana está cheia de notícias ruins, tediosas e irritantes. O Presidente Lula está se tratando de um câncer, provavelmente causado pelo fumo. Carlos Luppi está falando pelos cotovelos. Alguns alunos da USP foram presos defendo o direito de fumar maconha sem serem importunados pela polícia. A Presidente Dilma vai precisar dos dedos das duas mãos, para contar os ministros que foram demitidos por algum problema ligado à corrupção. A polícia do Rio vai empurrar os traficantes da Rocinha para algum outro lugar. Em Guarulhos, mais um caixa eletrônico do Bradesco foi pelos ares. Lá fora, o Irã está construindo uma bomba atômica e teme um ataque aéreo de Israel. Sílvio Berlusconi vai se demitir do cargo de primeiro ministro da Itália. A Grécia pode quebrar a Europa inteira com sua dívida e fazer uma marola que pode dar volta ao mundo. Uma semana inteira ouvindo e ouvindo esta ladainha, cansa. Mas eu não vou fazer nenhum comentário adicional em cima de uma montanha de assuntos comuns se há uma coisa mais útil para escrever pensando em você.

Há pessoas que não conseguem dormir porque estão cheias de culpas e dúvidas. E para elas o que se passa lá fora é de pouca importância diante da situação que estão passando agora. Então quero escrever este texto para elas.


LIDANDO COM AS IMPOSSIBILIDADES

Em Lucas 1:37 está escrito: Deus não há nada impossível. Então eu vou falar de Pedro. Seu nome de "batismo" era Simão; tradução: Taquara. Jesus, em determinado momento, trocou seu nome, de Simão para Cefas, tradução: Rocha. Mas a mudança de taquara para rocha não aconteceu da noite para o dia.

Pedro tinha liderança. Era impetuoso. Agressivo. Autoconfiante. Mas ainda vazio. Continuava uma taquara.

Quando Cristo falou da sua morte, Pedro garantiu que será o único a não deixá-lo. Mas quando o Galo cantou, Pedro já tinha negado o Senhor três vezes. Chateado, humilhado, derrotado, a velha natureza de Pedro nunca esteve tão perto de uma radical mudança. Falta ainda descer mais um degrau, para então subir de vez e se transformar.

Cristo já morrera. E para Pedro o sonho tinha acabado. Mas ele estava enganado. Estava apenas começando.

Então, Pedro decidiu voltar a velha vida de pescador. Depois de três anos, subiu no barco, chamou seus antigos companheiros para voltar ao batente - a dura vida de pescador. E passaram uma noite inteira arrastando as redes no Lago da Galileia. E nada apanharam.

UMA SEGUNDA CHANCE

Até que uma pessoa disse lá da praia: Lance a rede do lado direito do barco. E pela segunda vez na vida do pescador, o milagre aconteceu. A rede quase estourou de tantos peixes.

Só podia ser mão do Senhor. E era.

Era Jesus pronto para fazer da taquara uma rocha, de uma vez por todas.

Pedro, tu me amas? Sim, Senhor, eu amo.

--Então vai fazer o que lhe mandei antes: Apascenta os meus cordeiros.

E pela segunda vez: Pedro, tu me amas? Sim, Senhor, eu te amo.

--Então volta para fazer o que te mandei: Apascenta as minhas ovelhas.

E pela terceira vez: Pedro, tu me amas mesmo? Sim, Senhor. Tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo.

--Então, de uma vez por todas, abandona estas redes. E vai, e apascenta as minhas ovelhas.

E Pedro foi. E seguiu fielmente as ordens do Senhor, porque teve certeza, de que fora perdoado.


RECEBENDO O PERDÃO

O interessante é que neste diálogo de Jesus e Pedro, o perdão não foi mencionado sequer uma vez. Mas ao ter intimado a Pedro para assumir seu compromisso com a Igreja, Jesus estava lhe dando muito mais que uma segunda oportunidade: O Perdão.

Receba também, neste momento, o Perdão do Senhor. E torna para o Senhor. E vai em paz fazer aquilo que abandonou pelo meio do caminho. Assim como Pedro.



Nota: não deixe de ler também: Como se reconciliar com Deus




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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A ressurreição de Lázaro e o Salmo 91

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Lazaro
Quadro "A Ressureição de Lázaro"

João Cruzué

A pequena aldeia de Betânia nunca mais foi insignificante depois do milagre que Jesus operou na casa de Lázaro. Se até então a presença do Senhor no cenário politico-religioso de Jerusalém era desdenhada e considerada exótica, assim que Lázaro "acordou" depois de três dias morto, ela se tornou grande demais para ser desconsiderada. Mas, eu não quero meditar no assunto pelo ângulo político. Há coisas muito mais profundas e edificantes neste milagre que uma abordagem política. O milagre não chegou à casa de Lázaro aleatoriamente. Ele veio, ao meu ver, porque a casa de Lázaro estava na condição descrita pelo versículo 14, do Salmo 91.

A Bíblia diz que Jesus era amigo íntimo desta família. Em algum momento que desconheço, o Senhor passou a frequentar aquela casa; imagino que algum de seus discípulos os apresentara, ou mesmo, passando a caminho de Jerusalém, tivesse pousado ali, já por ser muito tarde. E foi por causa desta amizade que Jesus, fugindo de sérias ameaças de morte, voltou para cuidar de Lázaro.

Trazendo este fato para nossos dias, posso ver que vale muito a pena investir tempo para conversar com Jesus. Como você observou, evitei o uso do verbo "orar" e preferi um outro que denota diálogo. De alguma forma sei, que um dos caminhos que nos transportam à presença do Senhor é a oração. Nada novo, pois, era assim que Jesus fazia. Buscar a presença de Jesus. Se obedecermos seus mandamentos, primeira condição, quanto mais tempo passarmos com ele, mas da sua presença estará em nós. E para quê? Para que no dia "D", um dia da grande necessidade, sua voz não soar estranha aos ouvidos de Deus.

Jesus e os discípulos estavam fugindo de Jerusalém, depois daquele confronto com os judeus no Alpendre de Salomão. Confronto que poderia terminar em muitas pedradas e prisões. Iam se afastando, quando um mensageiro chegou e disse que Lázaro estava à beira da morte. Contrariando os conselhos dos discípulos, e esquecendo-se do perigo, deu meia volta por causa do amor que sentia por Lázaro. E por este amor, tudo o mais fora relevado como secundário.

Tenho recebido alguns emails de pessoas contando de situações desesperadoras. Alguns perguntando: E agora, confio no Senhor e espero ou jogo tudo para o alto?

Minha experiência de vida é bem pequena em relação a tantos cristãos, mas eu aprendi a servir ao Senhor tanto com o bolso cheio quanto vazio. Onze anos vazio, para ser exato.

O que eu posso dizer? Bem, a resposta está no Salmo 91, v.14, onde a providência de Deus está condicionada ao nosso amor por Ele.

Com certeza havia muitos "lázaros" moribundos ou mortos em Jerusalém e aldeias circun-vizinhas. Por que o milagre ficou restrito à casa de Lázaro? Há mais de uma resposta. Uma delas, porque era assim a vontade de Deus, mas vou ficar com a seguinte: A casa de Lázaro, inteira, amava Jesus e este amor não brotou apenas nos dias da ressurreição. Ele já havia fincado raízes há mais tempo.

No tempo da grande adversidade, em que o favor de Deus é um requisito imediato, há alguma coisa em nós ou em nossa casa que possa chamar a atenção de Deus em nosso favor - principalmente se formos conhecedores da sua palavra?

Bem, nunca é tarde para começar. E provamos nosso amor pelo Senhor quando procuramos nos achar envolvidos - sempre - com alguma coisa que agrada seu Espírito. E se ainda não sabemos no que nos envolver, é porque temos colocado a sua vontade em segundo ou terceiro planos.

Isso pode levar a um final muito triste. No dia que você estiver mais precisando, também ser deixado em segundo plano. É daí que vêm as desculpas de naufrágio na fé: "Orei, clamei, bati... mas como Deus não me ouviu , é porque não se importa."

A família de Lázaro amava Jesus. Uma das provas disso está registra em três livros do Evangelho. Houve um Jantar também em Betânia. Na casa de Simão, o leproso. Naquela oportunidade ela entrou com um vaso de alabastro nas mãos, e derramou o mais puro nardo nos pés de Jesus, e com os longos cabelos os enxugou. Interessante! Havia tantos discípulos, e só uma pessoa se colocou no centro da vontade de Deus para ungir o corpo de Jesus - ainda em vida.

Ungiu com um espírito voluntário. Sem interesses mesquinhos.

A ressurreição de Lázaro, se não foi o maior, foi um dos maiores milagres operados por Jesus. E ele eferveceu inteiramente a cidade de Jerusalém. Foi a última oportunidade que os Judeus tiveram para se reconciliar com Deus. Mas eles não estavam interessados em reconciliação.

O grande milagre da ressurreição de Lázaro não aconteceu em qualquer casa nem em qualquer família. Deus preparou o tempo, a hora e o lugar para atender um pedido de oração de uma casa que amava e honrava profundamente seu filho - o Senhor Jesus Cristo.

Jesus confrontou a morte para trazer Lázaro de volta à vida, para atender à vontade do Pai. E agora quero terminar este texto, citando os três últimos versículos do Salmo 91, onde a condiçãoda vitória da família de Lázaro está no versículo 14:

"14. Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em um alto retiro, porque conheceu o meu nome.

15. Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei.

16. Dar-lhe-ei abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação!"



sábado, 8 de outubro de 2011

Quando Jesus disse não

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João Cruzué

Vivemos em uma época em que a palavra "sim" está na moda. Pelo amor ao dinheiro há bispos e pastores que dizem, sim! Pelo interesse em perenizar o poder, os políticos dizem "sim!" à corrupção. Pela introdução dos relacionamentos descartáveis na sociedade a palavra sexo usurpou o significado de amor - sim. Também vivemos em dias, que os filhos quando conversam com os pais, só esperam ouvir: Sim! Tempos da relativização do santo, do escárnio da moral, da banalização do sexo, em que a "Lei de Gerson" se tornou um texto consuetudinário e o "Príncipe" de Maquiavel é a bíblia de cabeceira. No entanto, hoje eu não quero enaltecer o óbvio, mas lembrar de três momentos em que Jesus Cristo exercitou a palavra não.

Decerto que houve mais de três momentos em que Cristo precisou dizer não. Assim posso restringir o foco do meu post em três passagens bíblicas. Eu sei que este texto vem destinado a mim, e por isso mesmo, também poderá falar com muitos. Jesus disse não: durante a tentação; Jesus disse não, diante da mulher adúltera e Jesus disse não durante sua crucificação.

Há momentos que é preciso dizer não!

Quando Jesus foi para o deserto orar e jejuar por 40 dias e noites, ele foi assediado pelo diabo. E naquele lugar solitário e árido o Senhor foi tentado por três vezes. Na primeira, o diabo tentou quebrar sua obediência à vontade de Deus, sugerindo: Se tu és o filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães. Colocar a satisfação de uma necessidade justa, primária, na hora errada. Cristo pensou duas vezes, como é costume dizer, e respondeu que nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra de Deus. Comer era uma necessidade básica, ainda mais depois de 40 dias de jejum, mas Cristo esperou para o momento certo, quando os anjos de Deus desceram para lhe dar alimento. Depois o diabo procurou tentá-lo com a fama e comisso matá-lo antes do tempo, induzindo-o ao suicídio. A fama também mata, haja vista o que tem acontecido com milhares de religiosos. Na última tentativa, o diabo ofereceu o poder e a glória deste mundo, e foi rechaçado pelo Cristo, pois o Reino de Deus é um reino espiritual.

Se Cristo tivesse racionalizado com a palavra de Deus, como muitas autoridades estão fazendo hoje, a miséria, o pecado e a morte seriam eternas. Isto não aconteceu, pois a mente do Senhor estava atenta ao que era (e o que não era) a vontade do Pai. Ah! como tem gente sendo enganado pelo diabo pensando que estão fazendo o que é da vontade de Deus.

A segunda vez que Jesus disse não, foi diante de um grupo de religiosos radicais. Adiante, ia uma mulher adúltera. Atrás, velhos e moços com grandes pedras na mão. Calmo, Jesus escrevia no chão. Tendo insistido, o Senhor propôs: Aquele que estiver sem pecado, que atire a primeira pedra. Saíram primeiro os mais velhos; surpresos, os jovens os seguiram. Frente a frente, ficaram uma mulher assustada e agradecida e o Filho de Deus. "Mulher, onde estão os teus acusadores? ...Vai em paz e NÃO peque mais."

Jesus disse sim, para a vida e não, para o pecado. Ele ama o pecador, mas aborrece o pecar. E mais ainda aborrece aos atiradores de pedra de plantão que se postam nas portas do templos para procurar falhas e defeitos na vida dos irmãos e dos pecadores que tenta se aproximar da salvação.

A terceira vez que Jesus disse não, foi quando ele estava a poucos momentos da morte e um coro de filhos de príncipes zombava: Se tu és o Cristo, desce da cruz agora e salva-te a ti mesmo! O curioso é que o início desta frase também foi usada pelo diabo - Se tu és o Cristo... Como também não é mera coincidência as mesas palavras dentro do contexto da pergunta do Sumo Sacerdote em Marcos 14:61, e de membros do Sinédrio em Lucas 22:67. É somente impressão minha ou toda aquela gente estavam com suas bocas à disposição do diabo?

Se Cristo tivesse descido da cruz com o poder e a glória que tem, o plano da salvação teria fracassado e nunca mais alguém escutaria o seu nome. Mas Cristo venceu a vontade do diabo. Ele venceu a própria vontade, e é por isso que, 2000 anos depois, seu nome continua sendo Maravilhoso, Deus Forte, Conselheiro, Deus Forte e Pai da Eternidade.

Há "nãos" que não precisam ser ditos para que sejam entendidos. Atitudes falam mais alto que palavras, porque são mais difíceis de serem tomadas.

Quero terminar esta mensagem fazendo três perguntas para mim mesmo:

-Qual é o preço de se dizer não! Quando as pessoas esperam que devemos dizer sim?

Se alguém vier oferecendo uma oportunidade maravilhosa, dizendo que é uma bênção, será que estarei pronto para dizer a resposta certa, dentro da vontade de Deus?

De acordo com minhas atitudes, que palavra o Senhor me dirá, naquele dia, quando eu bater em sua porta?

Diante disso, chego a esta conclusão: minha justiça perante o Senhor é como trapos de imundície e que eu preciso muito conhecer sua vontade para dizer não no tempo apropriado.































domingo, 4 de setembro de 2011

Descendo à casa do Oleiro



João Cruzué

..........Hoje é quatro de setembro; faltam 19 dias para o início da primavera austral. Pela janela, a luz do sol ilumina as paredes das casas e um pé de flamboyant se prepara para a mudança de estação. No quintal, uma pequena jabuticabeira vaidosa mostra o tronco coberto de bolinhas cor de vinagre. Ao lado, uma aceroleira experiente (e competitiva) ostenta incontáveis frutinhas verdes enquanto insiste em abrir mais flores. Ontem eu vi, andando pela cidade, um pé de bulgarim com uma multidão de flores brancas e roxas. Tudo está em vertiginosa mudança, porque a primavera está chegando. E volvendo meus olhos sobre a Bíblia, para a meditação desta manhã de domingo, fui apanhado pelo texto de Jeremias. 18, onde o profeta recebeu uma ordem direta de Deus: "Levanta-te e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras."

..........Eu gosto de assistir, e assistir de novo, certos filmes. Entre eles, primeiro vem "Lutero", com Joseph Fiennes no papel principal; depois o 3º filme da trilogia de Sir John Ronald Reuel Tolkien - "O Senhor dos Anéis". E em menor frequência, Matrix, dos irmãos Andy e Lana Wachowski, em que Niobe (Jada Pinkett Smith) e Morpheus ( Laurence Fishburne) trocam frases sobre mudanças como: Algumas coisas nunca mudam; outras, quando mudam, mudam para melhor."

..........Deus poderia ter dito tudo o que precisava para Jeremias. E o profeta poderia ter se esquecido de algumas coisas. No mesmo Livro, e no capítulo anterior, o Senhor menciona dois objetos de uso em gravação: um ponteiro de ferro com ponta de diamante e a tábua de um coração. Um assunto não está ligado diretamente ao outro, mas é como se estivesse: Deus queria que Jeremias guardasse e entendesse 100% da essência do assunto que tinha a dizer.

..........E descendo, o profeta Jeremias encontrou o oleiro em pleno processo de construção de um vaso. E aquele vaso quebrou-se nas mãos do oleiro. E com a experiência de ter enfrentado outras tantas situações parecidas, o oleiro pegou aquele mesmo barro e deu forma a um novo vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer.

..........E depois daquela cena, a voz de Deus se fez ouvir bem alta no coração do profeta: Não poderei Eu fazer de vós, como fez este oleiro? Eis que, como barro nas mãos do oleiro, assim sois vós na minha mão, Ó casa de Israel?

..........Vasos quebrados. O texto diz que o vaso se quebrou no ato de construção. Um vaso com defeito não terá mais utilidade para o propósito inicial, para o qual foi criado. Mas Deus pode recuperar qualquer vaso defeituoso; até mesmo os cacos daquilo que não se presta mais a nada, para produzir um novo vaso, e para um propósito ainda maior - para a glória do Seu Nome. Deus é Deus, e nada é impossível para Ele.

..........Jesus Cristo, o filho do Deus vivo, é especialista em causas perdidas, ovelhas negras, bandidos e instrumentos humanos nas mãos do diabo. Basta um olhar,uma oração e uma oportunidade. Pai, mãe, filho, neto, drogado, traficante, desconhecido ou morador de rua. Vasos que podem ter até crescido dentro da Casa do Senhor e que hoje estão rachados ou despedaçados com os cacos espalhados pelo chão. A última palavra sobre o destino de uma pessoa pertence a Deus.

..........Quando Deus disse a Jeremias: "Levanta-te e vai", creio que estava querendo dizer: Recobra o ânimo e começa a agir. Da mesma forma, no dia de hoje, está dizendo a mesma ordem para você, porque o barro daquele vaso quebrado, rachado, destruído, pertence a Deus, e falta apenas mais uma oração para que o prato da balança comece a se levantar em direção à vitória. E toda vez que isso acontece, o nome do Senhor é glorificado.

..........Em frente!








sábado, 27 de agosto de 2011

Salmo 25 e as escolhas erradas



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"Olha para mim, e tem piedade de mim,

porque estou solitário e aflito."

Salmo 25:16


João Cruzué

As nossas escolhas podem nos fazer felizes ou nos derrubar ao pó. E considerando que temos um péssimo hábito de escolher primeiro, para ver depois como é que fica, podemos nos ver embaraçados em redes malignas. E agora, é possível consertar uma escolha errada? O que se pode fazer para remediar isso é o tema desta mensagem.

A paz e a felicidade dependem de nossas escolhas. O ruim é que, às vezes, só descobrimos que fizemos uma escolha errada, depois que começamos a enfrentar as consequências. Eu me propus neste Blog a usar parte do tempo para fazer aconselhamento pastoral e vejo que, a cada semana, tem aumentado o número de cristãos que confidenciam suas mazelas e pedem uma palavra amiga. Embora o corre-corre diário nos atrapalhe em andar mais íntimo com Deus, o seu amor nos constrange a dizer algo que desejamos que ajude.

É mesmo difícil lidar com as consequências de uma escolha errada. Há coisas que não são tão simples de apagar, como as palavras escritas na areia ou um texto rabiscado com um lápis. Olhamos para uma coisa e ao procurar pegá-la, podemos nos ferir. Foi isso que aconteceu com meu polegar esta semana. Estava limpando alguns papéis que caíram atrás do meu computador, quando espetei o dedo em um caco de vidro. Ação e consequência.

Tempo, família e Igreja. Pastor Paul Youngi Cho, em um de seus livros, posicionou uma hierarquia que primeiro vinha Deus, depois a família, e em seguida a Igreja. Recebi outro dia um email de um jovem que teve seu namoro interrompido, porque seus domingos estavam comprometidos com atividades de liderança em um grupo de louvor. Como colocou isso em primeiro plano e estar com sua amada em segundo, ela terminou o namoro, e ele ficou infeliz e até desistiu da Igreja.

Lembro-me que no ano em que comecei a nomorar minha esposa, eu trabalhava, fazia faculdade, morava longe da família, lavava roupas no sábado pela manhã, participava da reunião de professores de EBD á tarde, ensaiava (banda) com a mocidade no domingo, dava aulas da Escola Dominical à tarde, e à noite tinha o Culto. Como fora Jesus quem tinha me mostrado a jovem, não tivemos grandes problemas. Contudo, procurei o superintendente da EBD e propus um trato: um domingo eu ficaria à tarde na Escola, mas no outro iria à casa da moça - para namorar. Ele aceitou, e deu certo.

Tenho visto, e você também, como as pessoas erram neste assunto, colocando as atividades da Igreja sempre em primeiro lugar, em detrimento da família. Resultado? filhos e conjuges aborrecidos - quando não desviados e horrorizados à simples menção da palavra: Igreja. Esse versículo não está na Bíblia, mas a paráfrase também é verdadeira: O que adianta ganhar o mundo inteiro, mas perder um filho ou a família inteira para o mundo?

Pensar primeiro, e escolher depois. Tomar decisões sem orar, sem planejar, é uma coisa que tem tudo para dar errado. Em assunto de namoro, então, nem me fale... Primeiro é a pressa, depois a dissimulação: a pessoa não gosta de alguém, mas finge (engana) que sim. A Bíblia é bem clara quanto a isso, é: Sim, sim ou não, não! O que passa disso, tem o dedo do malígno por trás. Brincar com o sentimento de outra pessoa é uma atitude que tem o nome de engano. E se fosse enganar alguém, na área sentimental, pode apostar que vai colher o troco. O contrário do engano - a sinceridade - é o caminho certo, para ter a bênção de Deus.

E o que fazer para reaver a paz ou a comunhão com Deus perdida, por causa de uma escolha errada? Bem, não existe um remédio milagroso que elimina todas as consequências de nossos atos ou omissões. Ficar deitado na poeira da derrota é a pior das atitudes, pois você será presa fácil do diabo. Se ele viu você caído, vai tratar de embaraçá-lo, de tal forma, para que nunca mais se levante. Há um versículo que trata deste assunto em Apocalipse 2:5 "Lembra, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; e se não, brevemente virei e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não arrependeres". O cristão que deseja se concertar com Deus e com o próximo ofendido, como um carro, deve ter "marcha ré". Arrepender-se de coração, procurar a pessoa ou quem quer que seja, e agir: pedindo perdão a Deus e principalmente ao ofendido.

Se o pneu do carro estiver furado, não adianta consertar a porta.

E com essa analogia, queremos dizer que é preciso se humilhar sinceramente para conseguir tanto o perdão de Deus quanto da pessoa com quem falhamos. O diabo deseja que você não dê o braço a torcer. Que mantenha a soberba. Mas não é assim que Cristo nos ensina. Quer ver? Pedro vacilou feio, depois que disse ao Senhor que todos poderiam abandoná-lo, mas que ele nunca iria negá-lo... Pior que negou. Não uma, mas três vezes. E por isso ficou amargurado, e ainda levou outros discípulos de volta ao mar da derrota. E mesmo tendo sido abandonado, Jesus foi atrás de Pedro, para lhe dizer que os peixes estavam do lado direito do barco. Era só jogar a rede.

E esta palavra, leva a uma outra na Bíblia. Se teu irmão pecar contra ti, vai e converse com ele, e se ele se arrepender, perdoa-lhe. E se pecar sete vezes no dia sete vezes contra ti, e vier dizendo: Arrependo-me, perdoa-lhe. Aqui está o outro lado da moeda, alguém tomou uma atitude errada e você está sofrendo com isso. E vai continuar sofrendo, se não comunicar este fato ao irmão (pessoa não estranha) para que ele saiba. Se ele se humilhar e pedir perdão - maravilha! Mas, considere também que há uma possibilidade de que isso não aconteça, e nesse caso esteja preparado para perdoar em seu coração, mesmo que ele não mereça. O perdão e o amor são atitudes. Deus nos amou primeiro, sendo nós ainda pecadores.

E como se faz para se levantar da poeira da derrota ou buscar a presença de Deus perdida? O primeiro recurso é nunca colocar um ponto final em um assunto. Lucas 1:37, diz que "Para Deus não há nada impossível." A não ser ajudar uma pessoa que teima em ficar do jeito que está - deitado no pó. Há vários versículos na Bíblia, onde vemos Deus dar essa ordem: Levanta-te! O olhar de Deus sempre está atento aos que insistem. Foi Jesus mesmo que ensinou isto em Lucas 18 - na Parábola do juiz iníquo. Para se levantar, é preciso buscar a presença de Deus em orações e jejuns. Não de forma mecânica e fria, mas com sinceridade de alma, pois não podemos enganar a Deus. Há também que se fazer um concerto com os homens.

Lembro-me de um moço que estava perdendo a casa para um falso irmão. O moço orava, agia, mas a casa estava sendo tomada. E por quê? Porque nosso irmão esta com a vida desordenada diante de Deus e dos homens. Devia a muitos; não pagava nem se justificava. Até fumar, estava fumando. Orientei para que procurasse seus credores e fizesse um compromisso de pagar suas contas. Do cigarro pediu perdão na Igreja. O que aconteceu? Os impedimentos saíram, e o diabo não teve mais como resistir ao anjo de Deus. Aqui volto a lembrar do caso do pneu furado. Se o problema é com o pneu, não adianta consertar a porta! É preciso fazer a nossa parte, agir quanto ao que é possível de fazer, para que, então, Deus trabalhe com as coisas impossíveis.

O desânimo é a pior das atitudes. Moisés era morto e Josué estava desanimado, a ponto de Deus insistir três vezes dizendo para se esforçar e ter bom ânimo. Se animar é crer que Deus pode mudar a ordem natural das coisas, é acreditar que no dia de amanhã você terá reconquistado a causa perdida, porque Deus agiu na sua vida.

E quando for tomar uma nova decisão, fazer uma nova escolha, não seja precipitado. E se tiver uma dúvida quanto ao negócio - não decida. Siga em frente somente depois de ter orado bastante e estiver com seu coração em PAZ.

A paz de Cristo,

Irmão João.






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terça-feira, 23 de agosto de 2011

A oração do vinhateiro



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"Senhor, deixa-a este ano,

até que eu a escave e a esterque"
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Foto: Joao Cruzué

Figueira
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.João Cruzué

'E dizia esta parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e foi procurar nela fruto, não o achando. E disse ao vinhateiro: Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não o acho; corta-a. Por que ela ocupa ainda a terra inutilmente? E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu a escave e a esterque; e, se der fruto, ficará; e, se não, depois a mandarás cortar." (Lucas 13; 6/9)

Fico imaginando que essa palavra tem muito a ver comigo. Uma única figueira plantada no meio da vinha. Na verdade uma intrusa. Da mesma forma que eu, entre tantas pessoas melhores, fui chamado e depois escolhido pelo Senhor. Uma oportunidade ímpar. Isso mostra a ação da incompreensível graça de Deus em busca dos perdidos, quebrantados e desprezados.

Uma figueira no meio do vinhedo. Uma ovelha negra; um filho pródigo; um caso perdido. Não importa! Se Deus olhar e inclinar Seu rosto para você, tudo pode mudar. Só não muda, se você não quiser.

A figueira é uma planta interessante. No inverno, perde todas suas folhas. Um olhar descuidado observará troncos e galhos tortos, aparentemente mortos. Mas antes que a primavera chegue, ela brota e rebrota. Folhas cobrem de verde aquilo que estava seco e parecia ter perdido a vida. Ano após ano, é assim seu ciclo de vida.

Durante muito tempo plantei figueiras, com nenhum sucesso. Até descobrir que é no verão - e não no inverno - que é seu melhor tempo de plantar. E basta um ou dois anos para que ela comece a produzir figos.

Tenho me preocupado muito nesses últimos anos, sobre estar dentro da vontade de Deus para produzir frutos no tempo e no lugar certos. É pura realidade que as respostas as nossas orações são condicionais. Se no tempo de Deus, o Senhor enviar uma bênção e nós estivermos ocupados com algo - ainda que seja um plano - em nossos corações - para glória do sue Nome, ela chegará até nós. Mas se os cuidados dessa vida nos levarem a deixar em segundo plano os propósitos divinos para nossas vidas, um, dois, três anos seguidos, corremos o risco de sermos arrancados da Igreja do Senhor e nunca mais brotarmos no fim do inverno.

Aborrece-me sobremaneira ver a forma pouco zelosa de como certas igrejas evangélicas tratam desse assunto. Enquanto o vinhateiro disse ao Dono da Vinha que tivesse um pouco de paciência, e esperasse mais um ano, muitos pastores fingem que não veem uma multidão de pessoas ociosas, infrutíferas e tristes. Parece-me que elas foram instruídas apenas a ouvir, cantar, e contribuir (principalmente), sem serem arguidas porque não buscam com zelo saber e fazer o que Deus planejou para que fizessem.

E o crente que não produz fruto na vida espiritual está condenado à morte. Sim, pois o Espírito Santo não ficará para sempre na vida de alguém que não trabalha em um propósito para a glória de Deus. Para conhecer e trabalhar neste propósito é preciso, oração, jejuns, conhecimento da Palavra e desejo intenso de glorificar a Deus com a vida, coração e alma.











domingo, 14 de agosto de 2011

Os lírios do vale



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Lírios Vermelhos
Lírios vermelhos do Vale do Rio Caratinga

João Cruzué

Uma das coisas mais belas da minha terra, o lungar onde passei minha adolescência, é lírio vermelho. Não é um vermelho qualquer, mas uma cor parecida com o fogo. Um vermelho afogueado, exatamente igual a esse da foto. E para não me esquecer de lá, trouxe alguns tubérculos e os plantei no meu quintal da minha casa, em São Paulo. Fiquei esperando pelo inverno, o tempo de suas flores. A vida do cristão que anda em sinceridade com Deus é também muito parecida com as flores desse lírio.

Lírios são clásicos da natureza, cantados em muitas poesias e até mesmo o próprio Senhor Jesus Cristo recitou: Olhai para os lírios do campo, como eles crescem; não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles.

Os lírios vermelhos que plantei no meu quintal, nasceram, cresceram, ficaram verdinhos mas não floriram.

Na terra das Gerais, no vale do Rio Caratinga o período da seca começa no mês de junho e vai até meados de outubro. Isto coincide com o inverno. E quando os pastos perdem todo o verde e chão se mostra seco de verdade, as hastes do lírio vermelho surgem do chão endurecido e cumprimentam a natureza vizinha com aquela cor vermelho-fogo surpreendente.

O clima em São Paulo é diferente e no meu quintal o lírio só produziu folhas verdes e abundantes. Nem mesmo secou no período do inverno. Então eu me lembrei que faltava uma coisa para que ele florisse. E foi assim que arranquei suas "batatas" de um lugar fresco, ensombreado e fiz uma mudança. Eu plantei meu lírio vermelho no jardim, à frente da casa, no lugar mais quente e mais seco, onde o sol da tarde queimava de tão quente.

No inverno seguinte, as flores vieram. Lindas, com o mesmo vermelho-fogo de meus dias de garoto. Este ano, não foi diferente. Elas apenas vieram atrasadas - no mês de agosto. E quando olho para elas, revejo antigas imagens de lírios florindo nos lugares mais secos e improváveis na minha terra das Gerais.

Hoje pela manhã eu estava meditando. Pensando com a vida de um crente é parecida com um lírio. Se ele passar todos seus dias debaixo de boa sombra, água fresca e pouco calor do sol, ela também não floresce. E isto é mesmo verdade, pois os cristãos mais experientes e que dão fruto na comunidade local, por certo passaram por períodos de grande provação ou dificuldades.

O poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza. É no deserto que Deus faz brotar rios para dar água aos sedentos. Se você está enfrentando dias muito difíceis, não desanime, pois Deus está preparando você para receber as maiores bênçãos da sua vida. E não somente isto, mas para que também seja uma bênção para seu próximo.

Eu falei do lírio vermelho, planta da minha terra. Mas eu conheço o lírio branco, aquele que é o mais perfumado de todos os lírios. Simplicidade e beleza, brotando e florindo na terra mais seca. Não se preocupe em demasia com suas lutas. Nem se aborreça porque o dia da bênção está custando a chegar.

Porque ele vai chegar no inverno, em pleno tempo da seca. E você vai se alegrar com o lírio da minha casa, que se veste de vermelho para louvar ao Senhor. Eu sei disso, porque já passei por 11 anos de desemprego, e depois de "velho", com mais de 53 anos veio a melhor oportunidade da minha vida.

Fique firme. Confie no Senhor, o dono dos lírios.




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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Alegrei quando li o Salmo 122

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"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR!"



João Cruzué

Em tempos de tanta frieza, dúvidas, mal entendidos
Intolerância, egoísmo, vazios, amarguras...
É bom que ainda existe um lugar, uma Casa de Oração
Aonde podemos levar um coração triste
Cheio de poeira das quedas e impossibilidades.

E humildes, incapazes, chegamos à Igreja do Senhor.
E oramos assim: Ó Senhor, fala comigo.
Pois estou no deserto há tanto tempo...

E quando o culto começa, e vem o sermão
Nos decepcionamos a princípio.
Aquilo que esperávamos, parece bem distante...
Mas, espere. daqui a pouco vem uma surpresa!
Começamos a Perceber que a nossa pressa era míope.

E o Espírito do Senhor faz arder o coração do Pregador
E ele começa a falar palavras diferentes
que brotam da Rocha e gota a gota
vêm mansamente molhar um coração seco.

Agora não temos mais pressa. A pressa acabou.
Uma chuva mansa e serena cai sobre a nossa alma,
Uma cascata já brotou de nossos olhos
E ela desce pelo rosto em gotas de brilhantes
Molhando um coração de paz.

É por isso que Davi cantou com a alma:
"Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR!
Porque é ali o Senhor fraz brotar de novo
os sonhos dos pródigos, o ânimo dos cansados
E a força dos velhos.




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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A alegria do Senhor é a nossa força

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João Cruzué

Hoje eu cheguei em casa um pouco cansado, depois de um dia de trabalho, mais uma hora e meia de trânsito. Não é todo dia, nem toda semana que sinto inspiração para escrever o que mais gosto: mensagens bíblicas. Eu entendo assim: quando a mensagem fala comigo, creio que também falará ao coração de mais alguém. Tenho recebido nos últimos meses mais emails pedindo orações e conselhos, principalmente sobre vida sentimental e outras coisas. Não sei se por isso ou por algum outro propósito, veio ao meu coração, hoje, escrever sobre consciência e propósito cristãos. E eu escolhi a última parte do versículo 10, do capítulo 8 do Livro de Neemias: que diz assim "... A alegria do Senhor é a nossa força.

Não sei se por falta de ensino, ou por excesso dele, muitos cristãos têm perdido a alegria de viver e a outros uma situação ainda pior ao cair e se enrolar nos fios invisíveis da rede do maligno. Sonhos frustrados, casamentos acabados, namoros desfeitos, tristeza dentro da família, perda de oportunidades, enfim notícias desagradáveis que tiram o sorriso de tanta gente.

Isso acontece por quê?

Bem, haveria uma dezena de respostas, mas eu me sinto seguro em dizer que nós podemos perder nossa alegria de uma forma tão lenta, que não nos apercebemos. Da mesma forma que a água em uma vasilha vai perdendo o calor, depois que o fogo for desligado. Lentamente.

O calor, neste caso, é a presença de Deus. A comunhão com o Espírito Santo. O sono espiritual. Quem não se lembra daquele texto na "Parábola das Dez Virgens": E tardando o noivo, todas tosquenejaram e adormeceram. E quando acordaram, cinco delas não tinha mais azeite para acender as lamparinas.

A alegria do Senhor se apodera de nós quando estamos dentro da sua vontade. É por isso que um cristão novo convertido é alegre, pois, ele abriu a porta do seu coração para Jesus entrar. Quando o crente procura conhecer a palavra de Deus, para entender a vontade de Deus para si, ele continua indo em frente, dentro da vontade de Deus. Quando o crente precisa tomar uma decisão e ora, e jejua, e espera pela resposta do Senhor, mesmo na dificuldade a presença do Senhor continua alegrando o coração dele. Dentro da vontade do Senhor não há como sofrer de uma tristeza crônica, aquele vazio, aquele olhar caído como se fosse órfão desamparado.

Enquanto estamos seguindo dentro da vontade do Senhor, ele se alegra conosco e sua alegria é o que nos dá força para prosseguir vencendo as batalhas cotidianas. Mas quando, por algum motivo, inclusive falta de orientação espiritual correta, o crente começa a deixar as coisas do Senhor em segundo, em terceiro, em último plano, você pode observar: à medida que o tempo for passando a presença do Espírito de Deus vai se apagando lenta e imperceptivelmente da vida dele.

É por isso que há tanta gente cristã triste e cheia de problemas. E quanto mais o tempo passa, mais perigoso fica o cair e se enrolar nas redes do adversário, no laço do passarinheiro. Disse o Senhor em João 15: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor. Tenho vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa".

O que é, então, guardar os mandamentos do Senhor? Isto é inerente aos seus discípulos e a síntese dos mandamentos o Senhor já a declarou: Amar Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo, como a nós mesmos. E dentro do conceito de amar ao Senhor está buscar o conhecimento daquilo que O agrada, para guardar e principalmente fazer.

Se Deus nos deu seu Santo Espírito, em resposta à oração de Jesus, para que não ficássemos desamparados, este Espírito só permanece alegre em nós, se procurarmos falar do amor de Deus a outras pessoas. Nós somos os vasos, e o Espírito Santo a água viva que jorra deles para encher outros vasos. Se nos negarmos a testemunhar do amor de Deus, esta água deixa de jorrar e fica restrita ao interior do vaso. Ali se torna uma água parada, sujeita aos grãos de poeira e ninho de mosquitos.

Podemos perder a alegria do Espírito, se não procurarmos descobrir o propósito de Deus para nossas vidas. Podemos também perder esta alegria, se depois de conhecermos o propósito de Deus, o deixarmos de lado, sufocá-lo, qual aconteceu com a planta que foi semeada no meio dos espinhos. As prioridades de conquistas sociais ou profissionais se tornaram como espinhos, ferindo e transpassando os frutos que começavam a surgir.

Quem não se lembra da figueira que o dono foi procurar fruto, e não tenho achado nada, ficou desapontado e mandou cortá-la? E isto só não aconteceu, porque o vinhateiro pediu um prazo de dois anos, para escavar e adubar a vinha. Se depois disso continuasse improdutiva, então não haveria outra forma, a não ser cortá-la para que outra planta ocupasse o espaço.

E por último, e aquele jovem rico que se aproximou de Jesus perguntando: "Bom Mestre, que farei eu, para herdar a vida eterna? Depois de ouvir a resposta, ainda ousou fazer outra: E o que me falta ainda? Ao que o Senhor respondeu: "Se queres ser perfeito, vai, vende tudo que tens, dá aos pobres, vem e segue-me". O que o moço não fez, pois, gostava só do evangelho da prosperidade. Aquele cuja prioridade é receber muito, e dar quase nada.

Há, sim, muitos crentes que perderam a alegria. E perderam a alegria, porque deixaram de ouvir a voz do
Espírito Santos em seus corações. O Espírito de Deus em nos leva a glorificar o nome de Jesus. E quando nos ocupamos com nada, e ficamos na zona de conforto sem assumir compromisso algum com Deus - esse Espírito vai se apagando, apagando até ir embora. No seu lugar, fica um coração vazio e um rosto iondiferente e triste.

E se alguém que já serviu ao Senhor, parou, e quiser ter a alegria de volta, então, que não fique ocioso na vida cristã e procure andar ocupado com alguma obra espiritual para agradá-lo; de preferência trabalhando naquele ministério que é o propósito divino para sua vida.

Quando o crente - por falta de ensino, ou por falta de interesse em aprender a palavra de Deus, começa a colher prejuízos, desilusões e a estrutura do seu lar se desmoronando, a Deus ele não pode culpar, pois sobre tudo que se deve guardar, o crente deve guardar o seu coração, pois é dele que procede as saídas da vida.

Quem quiser ter sua vida abençoada por Deus, para ser próspero a vida inteira, não deve andar ocioso, nem omisso perante o Senhor.

O servo que enterrou o talento, e na hora da prestação de contas o apresentou, todo enferrujado, causou grande desgosto ao seu Senhor. Da mesma forma, quando o Senhor enviar um anjo para lhe trazer aquela grande bênção, certamente que ele virá. Mas se o anjo chegar e encontrar o destinatário ocioso, negligente, sem nenhum sinal de envolvimento com a vontade de Deus, ele leva a bênção de volta, tal qual um encomenda que o carteiro traz, quando encontra a casa fechada.

Se você anda colhendo prejuízos, atrás de prejuízos; os sonhos que lhe são mais caros se desfazendo em pó um atrás do outro - atenção! Pode ser que você se esqueceu de assumir um compromisso de fidelidade e de trabalho com o Senhor.

Quem sabe se você vai a Igreja, assiste o culto e depois volta para casa, achando que é só isto que o Senhor quer de você? Não é assim. O Senhor não paga o bem com o mal. O tempo de espera por uma oportunidade ou uma bênção não é motivo para desistência. O Senhor virá, e se Ele tarda, é porque a bênção é maior do que você imagina. Mas quando o Senhor vir, que ele o ache ocupado. Ocupado nas batalhas pessoais e cotidianas e ao mesmo tempo sem negligenciar o propósito de Deus quanto às coisas espirituais.

Os dois pratos da balança precisam estar em equilíbrio.

Quem sabe você está perdendo o seu casamento, por falta de envolvimento nas coisas de Deus? Quem sabe você é um crente frustrado no amor, e acha que Deus está em falta com você, se na verdade é você que nunca procurou ser fiel no serviço do Senhor? Quem sabe você continua desempregado, ou ganhando tão pouquinho, porque vive murmurando de Deus, sendo que passou a vida inteira sem estudar e agora quer que Deus faça um milagre sobre coisas que foram de são possíveis de você fazer? E quem sabe todas as bênçãos que o Senhor lhe trouxe, você não as recebeu porque seu coração estava sempre fechado para os propósitos de Deus?

Agrade ao Senhor.

Busque agradá-lo com sua vida, com serviço, obedecendo à voz do seu Espírito Santo. Mantenha-se firme nesse propósito. E continue perseverando, insistindo, porque Deus vai atender o desejo do seu coração. E não vai ser por merecimento que Ele vai lhe abençoar, mas porque Ele vê que você está mantendo um compromisso de fidelidade dentro do prósito dEle.

Se você fizer assim, haverá alegria no coração de Deus quando ele olhar para você. E a alegria do Senhor será a "tua" força.


Se você gostou deste texto, a sequência dele está aqui: Café com Jesus 9


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segunda-feira, 7 de março de 2011

O Pai do filho pródigo

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João Cruzué

Quando o filho mais moço exigiu sua parte na herança, o pai não disse uma palavra; fez suas contas e repartiu a fazenda para os dois herdeiros. Quando o moço vendeu sua parte, pegou o dinheiro e foi-se embora, o pai presenciou tudo, e também não disse uma palavra. E não disse nada, porque nada do que dissesse iria convencê-lo. É o que pode estar acontecendo hoje quando você acha que Deus está em silêncio.

E o filho mais novo da párabola foi-se embora e desperdiçou tudo. E ainda tentou manter-se a distância em um emprego de "pastor" de porcos, depois que o dinheiro acabou. Isso também é muito comum. Deus tem sido uma das últimas portas que os filhos do pós-modernismo batem, quando encontram o fundo do posto.

Quando a fome apertou mesmo, e o moço sentiu que um porco tinha mais valor que ele, a "ficha" caiu. Ele racionalizou, pensou bem, e tomou uma atitude: iria voltar! Mesmo que para isso tivesse que se humilhar e aceitar uma posição de serviçal. Iria trabalhar apenas pelo pão.

E por causa da fome ele voltou. A crise o colocara de volta no caminho de casa.

O Pai, por outro lado, não se esquecera dele nem um dia. E foi assim que o avistou ainda longe, voltando trôpego, nu, esquálido e com os pés feridos e arrependido.

Viu e não deu as costas, nem ficou irado, nem endureceu o semblante. Em vez disso, abriu um grande sorriso, seu coração moveu-se de íntima compaixão, saiu correndo ao encontro do filho sorrindo e chorando ao mesmo tempo.

Abraçou e beijou-o; também não lhe disse uma palavra.

Não sei se chegou mesmo a ouvir as frases ensaiadas do jovem desventurado. O regresso, o rosto humilde já diziam tudo.

E não mais se contendo de tanta alegria, o pai gritou aos empregados:


Trazei-lhe a melhor roupa;

Vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão,

E alparcas nos pés,

Trazei o bezerro cevado, matai-o

e comamos e alegremo-nos,

Porque este meu filho estava morto, e reviveu

Tinha-se perdido, e foi achado.


Aquele pai não disse uma palavra de perdão. Sua recepção, no entanto, valia por mil palavras. Demonstrava não apenas perdão, mas devolução do status filial e um amor incondicional. Amor que se expressou por uma explosão de alegria em uma grande festa.

O pródigo arrependido não estava preparado para um perdão incondicional, nem pela reconquista da condição de filho. Jamais passou pela sua cabeça ser recebido com festa. É assim que Deus faz: Ele vai muito além daquilo que planejamos e esperamos.

Quando Jesus disse esta parábola, o desmiolado filho caçula representava os pecadores: as prostitutas, os leprosos, os publicanos, os samaritanos, os desprezados pela sociedade, os quebrantados de coração, os bêbados, os desgarrados e distanciados de Deus. Você e eu.

E o filho mais velho que se aborreceu com a volta do irmão caçula representava os religiosos legalistas dos dias de Cristo. Fariseus, saduceus, levitas, escribas e sacerdotes. A elite religiosa que torcia o nariz pela forma amorosa com que Cristo se relacionava com a "gentalha". A mesma atitude mesquinha que está acontecendo neste século XXI, em que Deus está interessado na salvação dos perdidos, já tem preparado o "cevado" para uma grande festa, mas os "filhos mais velhos", não estão mais interessados em olhar o caminho dos pródigos.

Jesus deixou implícito e muito claro na parábola que o Pai do pródigo, é Deus, nosso Pai Celestial. Um Pai amoroso, perdoador, festejador, que deseja para abraçar aqueles que se levantam do pecado e encontram o caminho do arrependimento. Um Deus que tem propósitos especiais para cada pessoa - ou farrapo de pessoa. Ele ama cada pecador e está disposto a perdoar e depois revelar em cada coração qual seu propósito de cada um.

Deus está em silêncio, não é porque o/a não ama. Mas porque talvez você se mantém longe e ainda não pensou em voltar. Ainda deseja continuar distante, vivendo infeliz, sob uma justificativa de uma falsa liberdade, crendo em sofismas, em filosofias vazias. Pode ser que jamais pensou em ler uma Bíblia - a palavra de Deus. Quem sabe se Uma foto do quadro da sua vida nesse instante pudesse lhe mostrar que não há nenhum futuro para você sem a mão amiga de Deus.

Jesus é o filho do Deus vivo. Basta apenas um pensamento em seu coração. Um simples pensamento: "Deus, se Tu existes mesmo, mostra um pouco da tua misericórdia para mim, e perdoa-me, pois minha situação é esta, esta e esta...
Eu sempre pensei assim, assim e assim...E agora eu preciso muito de ajuda. Da Tua ajuda, pois eu cheguei além do que se conhece por fundo do poço.

Um abraço de perdão. Um beijo de aceitação. Uma roupa de justificação, um anel de filiação, sandálias para proteger os pés e uma grande festa de comemoração para a sua volta. Você pode estar morto, perdido, derrotado mas se voltar de verdade para Deus vai receber uma nova vida, vai encontrar um caminho da paz e da felicidade e vai voltar a ouvir de novo o barulho da alegria.

Ô Glória!

SP- 07.03.2011

Nota: Tudo o que disse no texto não é história da carochinha, nem conversa fiada baseada em teorias ou ouvir dizer. Eu conheço bem o gosto das privações e silêncio de Deus, durante 11 anos de um longo desemprego. Eu creio em cada palavra do que disse, e sei que por experiência própria que Jesus, o filho de Deus é o socorro bem presente no dia da angústia.



cruzue@gmail.com




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